Vacinas, quais e quando

Carteira de vacinação do Theo. (Crédito: Angélica Pinheiro/Meu Filho Cão)
Carteira de vacinação do Theo. (Crédito: Angélica Pinheiro/Meu Filho Cão)

Ontem, o Theo foi tomar suas duas vacinas anuais: a V10 e a raiva, e, por coincidência, o jornal “Folha de S. Paulo”, publicou uma matéria que questionava a periodicidade da vacina contra raiva, que no Brasil tem de ser aplicada anualmente.

Ocorre que em alguns países, como nos EUA, os filhotes recebem doses em seus dois primeiros anos e depois o reforço é feito de três em três anos. Entrevistado, o assessor de saúde pública veterinária da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), argumenta que o reforço anual evita possíveis surtos da doença. Já o professor de veterinária da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) Rafael Modolo diz que, além de reforçar a importância da imunização junto aos tutores, a vacinação anual também protege animais com diferentes sistemas imunológicos.

Para mim, as opiniões dos dois especialistas são válidas e não há como ter campanhas mais espaçadas de imunização contra a raiva no Brasil. Ainda somos, infelizmente, um país que engatinha na área de posse responsável e também com a quantidade de cães abandonados que temos, não podemos correr o risco de ter um surto de uma doença já controlada.

Eu já havia lido sobre essa polêmica de “excesso de imunização” no livro “Cão de Família”. Diz a obra que em 2003 a American Animal Hospital Association (AAHA) publicou um guia de vacinação para cães, com quais são as essenciais, as opcionais e as não recomendadas. Ocorre que antes desse estudo, os veterinários trabalhavam com a ideia de que é melhor prevenir do que remediar. Mas após pesquisas, descobriu-se que o excesso pode causar problemas de saúde. Se você quiser, pode ver o guia aqui.

Eu, orientada pelos veterinários dos meus filhos, dou anualmente duas vacinas: a de raiva e a V10. Creio que esse esquema seja o mais comum entre os donos responsáveis. Quando a DJ ia para a creche, também aplicava a vacina contra a gripe. Sabem, né, a chance de pegar esse tipo de doença em um ambiente com muitos cães é maior. Mas depois que ela deixou de ir, parei de dar, e, ainda bem, ela nunca ficou gripada.

A V10, explica o blog do centro veterinário Pet Care, é uma vacina múltipla que tem 10 antígenos vacinais de 10 diferentes vírus e bactérias que causam as principais doenças em cães. Na verdade, essa vacina protege contra sete doenças: cinomose, parvovirose, coronavirose, adenovirose, parainfluenza, hepatite infecciosa canina e quatro tipos de leptospirose, totalizando 10 diferentes tipos de antígenos, por isso se chama V10.

Já a raiva é uma zoonoze perigosa, ou seja, uma doença que pode ser transmitida do animal para o humano e, se não tratada, leva à morte. A transmissão, como muitos sabem, ocorre por meio da saliva por mordidas, lambida em feridas abertas, mucosas ou arranhões.

No município de São Paulo, a raiva está controlada, de acordo com a prefeitura, desde 1984. O proprietário pode aplicar a vacina anualmente nas campanhas que, em geral, ocorrem em agosto ou em postos fixos em qualquer época do ano. Veja onde ficam.

Esquema para os filhotes – Para os pequenos, o esquema de vacinação é mais intenso. Recomenda-se pelo menos três doses da V10 entre 45 dias e 16 semanas de vida. Depois, os reforços devem ser anuais. A vacina de raiva é aplicada aos três meses.

Ainda, para cachorrinhos que eram de canis, indica-se a vacina contra a giardíase e, para alguns casos, a contra gripe.

Para quem, como eu, resgatou um peludinho da rua é importante aplicar imediatamente a V10 e a raiva. Após 21 dias, é necessário um reforço da V10.

E, por fim, em algumas regiões do Brasil é importante imunizar contra a leishmaniose. Uma vacina desenvolvida pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), a Leishmune, é referência e tem eficácia em mais 90% dos casos.

 

Os encantos do lulu da pomerânia

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Romeu, o lulu da Gabriele (Crédito: Arquivo pessoal)

A escolha da raça não foi por acaso, a farmacêutica Gabriele Fernandes conta que se apaixonou pelo lulu da pomerânia quando trabalhava como atendente de um pet shop em São José dos Campos, no interior de São Paulo. “Lembro até do nome do primeiro que eu vi, Slash. Lindo”, declara. 

Os representantes dessa raça, que também são conhecidos como spitz alemão miniatura, realmente, chamam a atenção pela docilidade e pelo gosto por brincadeiras. Segundo o site luludapomerania.com, essas características fazem dele uma companhia graciosa e divertida.

Gabriele afirma que pesquisou muito sobre o lulu e escolheu um exemplar da raça pela presença “incrível”. Segundo a farmacêutica, seu filho, que se chama Romeu e tem seis meses, é um ótimo cão de companhia. Além disso, gosta de brincar e é muito inteligente. “Ele senta no sofá e assiste TV comigo”, diz.

O site luludapomerania.com afirma que é preciso impor limites, pois esta raça possui uma personalidade um tanto atrevida. Mas a mãe de Romeu diz que o filho é “bem obediente”, apesar de “cheio de energia”.

De acordo com o canil Lulu da Pomerânia, o padrão oficial da raça é de, aproximadamente, 22 cm de altura. Apesar do pelo longo, a facilidade em tratá-lo contribuiu para a sua popularidade, exigindo apenas escovações periódicas e banhos mensais. Não há tosa específica para a raça, pede-se que apenas os bigodes do focinho e pelos sob as patas sejam aparados. Apesar disso, muitos criadores consideram o padrão quadrado (quando a altura é igual ao comprimento), o lulu perfeito, já que esta característica dá ao cão a aparência de uma bola de pelos.

A Federação Internacional de Cinofilia (FCI) aceita os exemplares da raça em quase todas as cores: preto, marrom, branco, laranja, cinza-lobo (nuances de cinza) e outras cores. No caso dos cães de cor preta, tanto a pele quanto o subpelo devem ser escuros e não pode haver vestígios de branco ou qualquer outra marcação. O mesmo ocorre com os marrons, cuja pelagem tem de ser uniforme. Os cães brancos devem ser de um branco puro sem nuances. A cor mais comum é a laranja, devendo ser unicolor, uniforme, sem apresentar tonalidades da escala.

Lulus famosos e de famosos – O lulu da pomerânia mais conhecido atualmente é o Boo, autointitulado “o cachorro mais fofo do mundo”. Maior celebridade da internet mundial, o cãozinho tem mais de 11 milhões de fãs no Facebook. Boo já até “lançou” um livro, cujo título é seu próprio nome, e “dá” inúmeras entrevistas para a imprensa ao redor do mundo.

No Brasil, o lulu mais famoso é o da atriz Karina Bacchi. Joy tem perfil oficial no Instagram, com 199 mil seguidores, e costuma acompanhar a mãe em diversos eventos.

Boo, maior celebridade canina da internet
Boo, maior celebridade canina da internet (Crédito: Divulgação/Facebook)

 

** O Romeu é o segundo “entrevistado” da categoria Raças no Meu Filho Cão. Nesse espaço, quero mostrar os legítimos representantes das diversas raças que temos, com suas características padrão e os traços de personalidade que fazem de cada cachorro um ser único.

Sampa, o maltês da sorte

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O Sampa chegou à vida da Heloísa e do Marcelo para ser o amuleto que levaria o casal de volta a São Paulo. Explico. O Marcelo havia se transferido para Rio Branco, no Acre, a trabalho, e a Heloísa passava muito tempo sozinha numa cidade em que não conhecia ninguém. Daí surgiu a ideia de ter um cachorrinho, que não por acaso foi batizado de Sampa, apelido da cidade de ambos e para onde eles queriam voltar rapidamente. Essa história começou em 2005, e o amuleto realmente trouxe sorte. Hoje a família já está de volta a São Paulo, e nesse ano aquele pequeno filhotinho de maltês acreano já vai completar nove anos.

A mãe do Sampa conta que queria um cachorro pequeno, pois moravam em apartamento, e uma raça que não latisse muito. Bem, pequeno o maltês é, os machos costumam ter entre 21 cm e 25 cm. E, apesar do Sampa ser fora do padrão, cerca de 15 cm maior, isso não incomoda o casal.

Mas aquela característica de não latir muito não se aplica a todos os malteses, e o Sampa está incluído nesse grupo. O site PetMD explica que se o maltês assume o papel de líder, pode desenvolver distúrbios de comportamento, tornando-se ansioso e estressado e os latidos vêm como consequência.

No caso do Sampa, o excesso de latidos fica mais grave em passeios na rua, o branquinho não gosta de seres da mesma espécie, e dentro do carro. Ainda filhote, o Sampa costumava passear bastante pelas ruas de Rio Branco, mas, segundo Heloísa, um episódio pode ter marcado muito a vida do pequeno. Certa vez, antes do maltês completar um ano, uma criança insistiu bastante para brincar com ele e, apesar dos alertas do Marcelo de que o cão não estava gostando muito, ela insistiu, deixando o o filhote muito estressado. Esse comportamento, diz o site Guia de Raças, é bastante comum em maltês, um cão muito apegado aos donos, mas que, às vezes, é intolerante com brincadeiras de crianças. Um problema complicado para proprietários da raça, afinal qual criança não fica encantada com um ser branquinho tão bonitinho?

Mantendo a beleza – Falando em fofurice, para manter a beleza, o Sampa vai de 15 em 15 dias tomar banho no pet shop. A mãe diz que talvez ele precisasse de mais banhos, pois adora brincar e se sujar no gramado de casa. Mas conscientemente, ela optou por banhos quinzenais e escovação periódica, sempre recompensada por um delicioso biscoitinho. Além disso, ela prefere manter o pelo do garoto aparado. Um hábito que vem desde Rio Branco, cidade muito mais quente do que São Paulo.

O pequeno Sampa, apesar de gostar muito de sujar no gramado, é um cachorro de energia média, um padrão da raça. Brincadeiras dentro de casa ou mesmo no quintal já satisfazem suas necessidades. “Ele se cansa rápido”, afirma Heloísa.

No último ano, o maltês ganhou uma irmã felina, a Barça. Inicialmente, a mãe conta que ele ficou um pouco reticente com a nova integrante da família. Heloísa diz que foi então em busca de informações sobre como acostumar cães e gatos, e com uma grande aliada, a caixa de transporte, conseguiu aos poucos que os dois vivessem harmoniosamente. “Ele entendeu que ela se tornou parte da família”. E, pasmem, hoje a Barça até come a comida dele *rs*.

** O Sampa inaugurou a categoria Raças no Meu Filho Cão. Nesse espaço, quero mostrar os legítimos representantes das diversas raças que temos, com suas características padrão e os traços de personalidade que fazem de cada cachorro um ser único.

Incontinência urinária em cães idosos

O nosso velhinho querido
O nosso velhinho querido

Dias desses, minha mãe me contou que nosso “véiocão”, o Ozzy, às vezes, não tem conseguido chegar ao jornal para fazer xixi. Ela conversou com o veterinário, o excelente Dr. Paulo Sérgio Salzo, da Universidade Metodista de Säo Paulo, que disse que é um problema que teremos de conviver daqui por diante. São três os fatores que influenciam diretamente para o Ozzy apresentar incontinência: idade avançada, ele vai completar 13 anos; obesidade, são 22 kg e as características da raça, cockers são propensos a ter esse tipo de doença.

Por enquanto, o Ozzy ainda não precisa de medicamentos, ainda bem porque já toma vários, apenas uma limpeza mais cuidadosa quando o xixi escapa, mas pode ser que o problema se agrave. Ocorre que com o envelhecimento, explica o site WebMD, a produção dos hormônios testosterona em cães machos e estrogênio em fêmeas diminui. Essas substâncias são importantes no controle do tecido muscular da bexiga, que atua como válvula no controle da urina.

O tratamento varia, mas segundo o livro “Primeiros Socorros para Cães e Gatos”, há casos em que os veterinários prescrevem fenilpropanolamina para aumentar a força do esfíncter na uretra e ajudar no controle urinário. Medicação à parte, pais e mães devem ficar muito atentos para os cuidados com a higiene. Cachorros idosos, em geral, perdem bastante flexibilidade e apresentam dificuldade para se afastar dos “acidentes”, o que pode causar assaduras em torno da vulva, no pênis e nos flancos. A melhor forma de prevenir é manter o animal limpo, sempre higienizando a região com um pano úmido. Em caso de assadura, após limpar a região, você também pode usar uma pomada à base de óxido de zinco, para aliviar a inflamação.

As fraldas caninas descartáveis, em estágio mais avançado da doença, são uma ótima opção. Dei uma pesquisada nos sites da Cobasi e da Pet Center Marginal, e os preços dos pacotes variam de R$ 6 a R$ 39, dependendo do tamanho e do número de unidades da embalagem

Banho, como e com que frequência

Toddy, DJ e Theo naquele momento gostoso #sqn
Toddy, DJ e Theo naquele momento gostoso #sqn

Na verdade, para os cachorros tomar banho é totalmente desnecessário. Salvo algumas raças que adoram água, como os golden retrievers, a maioria prefere lidar com o “cão chupando manga” do que com água e sabão.

Mas, brincadeiras à parte, os banhos são necessários sim. Só precisamos tomar cuidado com o exagero. Banhos semanais são uma verdadeira agressão porque o sabão retira a cobertura natural da pele, não dando tempo para o organismo se reequilibrar. E, pasmem, o excesso de banhos causa até mau cheiro, explica o livro “Cão de Família”. Então, a recomendação é que os banhos sejam, no mínimo, quinzenais ou até mais espaçados.

Bom, mas como fazer dessa hora tão desagradável um momento divertido? O segredo é associar com coisas muito legais. Se ele descobrir, por exemplo, que sempre ao entrar no box vai ganhar um petisco, um ossinho ou até um pedaço de frango, ele provavelmente passará a gostar mais da hora da água e sabão.

O mesmo vale para banhos em pet shops. Procure ir munido de guloseimas e acompanhe o banho do peludinho. Garanto, por experiência própria, esse momento vai se tornar muito mais agradável para ele. Aaah, mas Angélica, vou gastar um tempão no pet shop e ainda corro o risco de sair molhado. A vida é assim mesmo, você escolheu ter um cachorro e tem obrigação de tornar a vida dele o mais legal possível.

Banho em casa – Se você escolher dar banho em casa, será ainda mais proveitoso. Lavando seu peludinho, você vai acostumá-lo a manipulações e ainda pode descobrir se ele está com alguma doença de pele.

Para esse momento, você precisará de xampu específico para cachorros – eu tenho usado da marca Sanol -, esponja (se quiser), toalha, escova, algodão, secador de cabelos (se necessário) e petiscos. Não use xampus para humanos, nem sabão de coco, ambos possuem mais detergente do que a pele do seu cão pode suportar. Ah, se quiser, também pode aproveitar o momento para escovar os dentes (ensinei aqui). Mas só se ele já estiver acostumado, senão é um estresse a mais.

Então, vamos lá, num passo a passo rumo ao cheirinho gostoso:

1) Prepare o local, que em geral é o banheiro, levando todos os itens necessários. Parece bobagem, mas não é, na primeira vez que dei banho na DJ, esqueci o secador de cabelos. Resultado: a bichinha saiu molhada diretamente para a minha cama :-S.

2) Antes de colocá-lo debaixo d’água, faça uma boa escovação. Essa é a hora de retirar os pelos mortos e também de fazer uma boa inspeção na pele.

3) Logo depois, coloque chumaços de algodão nos ouvidos dele. Prefira os hidrófobos, que repelem a água. Se ele odiar ficar com algodões nos ouvidos não tem problema, só tome cuidado para não deixar entrar muita água. No final, você terá, de qualquer maneira, que secar o ouvido dele.

4) Agora é a hora temida, entrar no box. Eu já os chamo com um petisco na mão. Aliás, fiz um pequeno treino antes de começar a banhá-los em casa, que consistia apenas em chamá-los para dentro do box com um petisco na mão e fazer muita festa. Deu certo, viu.

5) Ligo o chuveirinho numa temperatura morna, sempre mais para fria do que quente e molho o corpo e as patas. Fecho o chuveiro e ensaboo essas áreas, não esquecendo da região genital. Eu não uso esponja, ensaboo com as mãos mesmo, mas você pode usar. Aqui, aproveito para dar mais um petisquinho, afinal a hora do banho é muito legal. E, em seguida, faço o enxágue dessa região.

6) Fecho o chuveiro novamente, e aí vem o momento mais tenso, lavar a cara, o peito e as orelhas. Eles simplesmente detestam, mas é necessário. Procuro evitar o máximo possível que caia sabão nos olhos para não irritá-los. E dá-lhe petisquinhos.

7) Acabou o banho. Ainda dentro do box, uso a toalha para retirar o excesso da água, tiro os algodões dos ouvidos e levo para a secagem. Se estiver sol e você tiver um quintal, pode deixá-lo secar naturalmente. Vai poupar essa parte chata da secagem com o secador, mas se não tiver, use o secador morno (nunca quente!) ou frio para secá-lo.

8) Para finalizar, use um chumaço de algodão e com seu próprio dedo seque os ouvidos. Eu, ainda, gosto de dar uma escovada final nos pelos. E, pronto, o cheirinho gostoso está de volta.

Só para descontrair, vejam essa seleção de vídeos de peludinhos que fogem como loucos do banho.