Brigas entre cães – o que fazer?

bulldog_vector_clipartBriga entre cães sempre é uma cena triste de se ver, com toda a confusão entre peludos e pessoas, tentando apartar e se perguntando como tudo aconteceu. Em geral, brigas de cães parecem “acontecer do nada” e pegam as pessoas desprevinidas. E essas cenas são muito mais perturbadoras quando acontecem com cães da mesma casa, entre “irmãos peludos”.

Há alguns dias, no Facebook do “Diário de Uma Mocinha”, um post da mãe da Bici deixou Angélica e eu pensando sobre brigas entre cães. Neste post, a Bici aparece com uma coleira tipo “peitoral de treinamento”, esclarecendo que usa sempre a coleira, mesmo fora dos passeios, para facilitar a separação das meninas em caso de briga. Mas será que o uso da coleira é mesmo a forma mais segura de separar cães durante uma briga?

O que não fazer numa briga entre cachorros

Mesmo sendo adestradora, eu nunca precisei separar uma briga feia entre cães – até porque, durante os treinamentos, eu e os tutores fazemos todo o possível para que os cães não briguem, garantindo a segurança de todos e uma boa evolução do treinamento. Mas é claro que pequenos arranca-rabos acontecem, e para isso, a melhor forma de intervir é nunca se interpor fisicamente entre os cães, nem gritar para interromper. Tentar segurar os cães no colo, bater, afastar com as mãos, pegar pela coleira ou na pele do pescoço são atitudes muito perigosas. Agindo destas formas, o que seria uma pequena faísca pode receber combustível para se tornar uma verdadeira explosão – latidos, ganidos, chacoalhões e muitas mordidas.

Em situações de brigas menos graves, geralmente um som abrupto, como uma batida na porta, um spray de ar comprimido, e em alguns casos até uma batida de palmas, pode interromper a confusão. Também é possível afastar os cães usando algo rígido, como um papelão, colocando entre os brigões. Depois de separada a briga, não é necessário (nem didático) dar broncas nos cães; o ideal é só deixá-los em local calmo, e se necessário separados até que esfriem a cabeça. Mas nada de separá-los por horas ou dias. Depois de alguns minutos eles devem ser reintroduzidos ao ambiente, de forma calma e controlada, sempre com alguém para supervisionar.

Qual é a saída para resolver brigas severas

Já em brigas mais severas, naquelas em que os cães realmente se atracam e não se soltam, a regra de não agir fisicamente ou gritando deve ser seguida à risca e em dobro! Sei que é difícil, mas é preciso pensar friamente para não se arriscar. Geralmente em brigas muito feias, é comum acontecer o que chamamos de “agressividade por transferência”. Com a excitação em alta, o cão simplesmente continua reagindo à situação, e sai mordendo à torto e à direita quem estiver por perto; e muitas vezes a vítima é justamente aquele que estava tentando apartar, e pode se machucar muito.

Então nestes casos, a saída mais fácil é tentar separar os cães usando algo rígido para afastá-los – uma tábua, uma cadeira, uma vassoura (mas não é para bater nos cachorros!!). Também é possível interromper com o fator surpresa de um jato forte d’água (um balde ou uma mangueira).

Outra saída mais arriscada, mas às vezes necessária, é conter os cães de forma mais física, pois só interromper a briga não funciona. Mas é importante lembrar que qualquer atitude mais brusca pode por a pessoa que separa em risco, por isso deve-se tentar as outras opções antes. Para tanto, uma pessoa (bastante corajosa, admito!) deve pegar o cão mais agitado pelas patas traseiras, levantando-o, o que vai deixá-lo um pouco sem equilíbrio, e rapidamente “puxar” o cão, afastando-o do outro. Para esta técnica, é importante já ter em mente uma rota de fuga para sair com o outro cão, uma vez que tudo acontece muito rápido, e mesmo tirando o cão com bastante rapidez, a briga pode voltar a acontecer.

A situação não pode ser corriqueira

Um rápido comentário que eu não poderia deixar de fazer. Lendo os comentários dos leitores da página da Mocinha, muitas pessoas se identificaram com o post e se diziam aliviadas em saber que as brigas não aconteciam só com seus pets. Vale lembrar que nenhum tipo de briga entre cães da mesma casa deve ser encarado como algo corriqueiro – não estou falando daqueles rosnados quando um cão tenta roubar o osso do outro, ou aqueles “pegas” do cão mais velho fazendo a brincadeiras dos mais novos parar. Brigas diárias não são saudáveis, não são normais e certamente podem escalar para situações onde os cães realmente se machucam!! Portanto, ao menor sinal de brigas, consulte um especialista em comportamento canino.

E uma dúvida curiosa da Angélica: brigas de fêmeas realmente são mais severas que brigas de machos? A resposta… geralmente sim. De acordo com o dr. Stanley Coren (psicólogo e estudioso do comportamento animal) existem até pesquisas que demonstraram que brigas entre fêmeas tendem a ser mais longas, perigosas e causam maiores danos, do que brigas entre machos. E também, estudos mostraram que melhoras no comportamento agressivo de fêmeas são um pouco menos pronunciadas do que em machos. Portanto, o principal é investir em educação precocemente, tanto dos cães quanto dos tutores, pois modificar o comportamento agressivo depois de instalado é muito mais trabalhoso!

*** Por Juliana Nishihashi, Adestradora e Consultora Comportamental da Cão Cidadão

Cachorros têm um “Facebook” no focinho

Theo e DJ investigando o sapato do  papito :-P
Theo e DJ investigando o sapato do papito 😛

 

Pegar a coleira para a maioria dos cachorrinhos é sinal de que a melhor hora do dia vai acontecer. Mas por que é tão legal pros peludinhos dar um passeio na rua? Simplesmente porque é a hora que eles conferem o “Facebook” dos cachorrinhos. Ao cheirar apenas um poste, um cãozinho consegue saber quem passou por ali, com que frequência, se há alguma fêmea no cio na vizinhança, um cachorrinho novo.

E o poder do olfato canino não para por aí. Segundo uma reportagem da revista “Superinteressante – O livro dos cães”, eles sabem quais moradores da casa tocaram em determinado objeto, quais fizeram sexo, com quem e há quanto tempo, quais tomaram banho ou deixaram para o dia seguinte. Imagine se eles pudessem falar, as pessoas teriam vários problemas *rs*.

O segredo desse nariz tão apurado está no número de receptores nasais que os cachorros possuem, enquanto os humanos têm 5 milhões, os cachorros chegam a possuir 300 milhões. O focinho é, portanto, o principal aparelho de reconhecimento para os cachorros.

Seu cachorro gosta de de cheirar um sapato ou um blusa que você acabou de tirar? Aqui em casa a galera adora e não é para menos. A partir dos odores da sola ele consegue saber por quais tipos de locais o dono esteve. Genial, né? Imagine se você passeou no canil? Ele certamente vai saber.

Os doguinhos também conseguem seguir os rastros de uma pessoa por diversos quilômetros. Fazem isso cheirando as moléculas de ácido butanoico que deixamos cair pelo caminho (o odor involuntário que produzimos e se espalham por onde passamos). Com base nos compostos exalados pela pele e pelas glândulas, os cachorros montam um perfil psicológico do farejado, sabendo, por exemplo, quanto medo estamos sentindo ao nos aproximarmos dele.

Ter um nariz tão apurado pode ser, no entanto, um problema. Cheiros de produtos de limpeza são muito irritantes para os peludinhos. Colocar talco, perfumes e xampus então pode causar dores de cabeça, enjoos e até perda de sensibilidade olfativa. Ou seja pense bem, ao perfumar seu cachorro. Para ele, isso é uma violência.

 

Os cães e a solidão

A cara de tristeza do Theo quando a mommy sai de casa
A cara de tristeza do Theo quando a mommy sai de casa

 

Hoje quero falar com vocês um pouquinho sobre um assunto que é dúvida para muitos tutores: como lidar com as situações em que o peludo ficará sozinho.

Seja por pouco ou muito tempo, em situações rotineiras ou esporádicas, para muitos tutores e cães os momentos de solidão são um problema. Problemas como choros, latidos, destruição, necessidades em locais errados, ou mesmo relatos de “depressão” nos peludos, são bastante comuns, infelizmente.

Embora não haja um número exato de horas que um cão pode ficar sozinho em casa, é de senso comum que a solidão não faz bem para nossos peludos. Cães são seres sociais, e o convívio com a família é vital para seu equilíbrio e bom comportamento. Um cão que é obrigado a passar muitas horas sozinho, sem ter sido adequadamente adaptado a isso, certamente vai desenvolver algum (senão todos) os problemas descritos acima. Portanto, é papel do tutor, assim que decidir adotar ou comprar um cãozinho, planejar muito bem como será a adaptação do pet às situações de solidão. Os pontos mais importantes a serem levados em conta são:

– Entrar numa rotina diária de exercícios físicos ou passeio com o pet.

– Até ter certeza que o cão está acostumado, providenciar um local neutro para deixar o cão nos momentos de solidão, onde ele não terá tantas possibilidades de fazer bagunça (se for filhote, pode ser um cercadinho na sala, se for um cão maior ou mais velho, a cozinha e área de serviço, por exemplo), mas ainda assim não deverá ficar isolado da casa (trancado no banheiro, por exemplo).

– Oferecer brinquedos adequados para que o cão tenha coisas para se distrair enquanto está só, além de associar esses momentos com coisas boas e divertidas – os brinquedos mais indicados são aqueles que liberam alimento ou ossos, se liberados pelo veterinário.

– NUNCA associar solidão com broncas ou punições. É muito comum ver tutores que trancam o cão em algum cômodo “de castigo”, depois que o pet faz algo errado. Essa é a melhor forma de ensinar o cão a odiar ficar só, pois entende que foi deixado sozinho pois o tutor está muito bravo com ele. O correto é associar a solidão com algo muito bom, seja a entrega um brinquedo novo, um osso, ou mesmo a hora de se alimentar.

– Enquanto estiver em casa com o peludo, reservar momentos para interagir exclusivamente com ele: treino de comandos, jogar bolinha, fazer cabo de guerra, sessões de carinhos e afagos são bem-vindos.

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Ofereça atividades, como brinquedos, para os momentos de solidão

É também uma queixa muito comum, tutores que relatam que seus cães pulam, latem, ficam muito agitados e não param quietos, assim que entram em casa ao chegar do trabalho. Pura falta de educação e dominância nestes cães, correto? ERRADO! Estes pobres peludos estão simplesmente morrendo de saudades dos seus donos, e estão demonstrando da forma que acham certa!

O jeito certo de chegar – Vamos compreender o lado do cão: Depois de horas de solidão, num ambiente “chato”, tudo o que o pet quer é a chegada dos familiares. Sua intenção com esses comportamentos é demonstrar que está feliz e quer interagir. Nosso papel: ensinar ao cão qual a forma ideal para isso. Veja o artigo sobre como ensinar comandos e comece um treininho com o cão! E também evite saídas e chegadas muito “emocionadas” – se você não quer que o cão pule em você, não deve deixá-lo muito excitado. Entre, deixe a bolsa no quarto, tire os sapatos calmamente, dê um “olá” bem discreto para o peludo, e quando ele estiver mais calmo fale direito com ele.

Outro cenário bem comum é vermos cães que vivem em quintais, no caso de casas, ou áreas de serviço ou varandas, no caso de apartamento, sem convívio com os humanos. Por mais que haja espaço para correrem e brincarem, e não estejam “confinados”, a ausência de companhia humana significa solidão, que pode causar problemas de comportamento. Por isso, deve-se proceder como no caso anterior, fazendo uma adaptação ao convívio familiar e situações de solidão, sem exclusão do pet! Um cão bem educado vai viver bem, tanto na presença quanto na ausência de pessoas, mas lembre-se: cães foram feitos para viver principalmente em família!

Excesso de presença – Se por um lado o excesso de horas sozinho é prejudicial para os cães, o contrário também é verdadeiro: existem muitos tutores que nunca deixam o cão sozinho, nem para ir ao banheiro! Alguns cães estão habituados a viver numa casa cheia de pessoas, e por isso se acostumam a ter sempre companhia; e alguns tutores, depois da chegada do pet, deixam de sair, e pedem a algum amigo, familiar ou funcionário, que fique com o cão quando precisa deixar a casa, “forçando” uma rotina de companhia 100% do tempo. Isso é extremamente prejudicial para o cão, que se torna totalmente dependente de companhia. É normal e saudável para um cão passar momentos sem pessoas (desde que devidamente adaptado e com atividades para realizar neste período), pois aprende a lidar com essa “frustração” como algo corriqueiro. E é nas coisas corriqueiras que devemos iniciar a adaptação: como falei anteriormente, existem tutores que levam seus peludos até para o banheiro, para que não fiquem sós durante o banho. Comece usando essas situações para incentivar um comportamento mais independente do cão: deixe um osso bem gostoso, e entre no banheiro. Faça o mesmo quando for preparar um lanche na cozinha, ou ler um email no escritório. O cão passará a se acostumar a não ficar colado no tutor, e com certeza essa independência será muito saudável para ele. Imagine que acontece uma emergência e você precisa ir ao hospital – sem o peludo. O quanto ele sofrerá desnecessariamente com essa separação, se não estiver acostumado a isso? Melhor prevenir do que remediar!

Portanto, as melhores dicas sobre cães e solidão estão aqui resumidas:

– acostume de forma gradual seu pet a ficar sozinho, dando sempre uma atividade legal para ele fazer enquanto estiver só.

– não prenda o cão sozinho como castigo.

– incentive a independência do peludo nas situações cotidianas, como ir ao banheiro e deixá-lo para fora.

– eduque o peludo para que ele saiba se comportar diante de pessoas, e também saiba se comportar nas situações de ausência de pessoas.

*** Por Juliana Nishihashi, Adestradora e Consultora Comportamental da Cão Cidadão

 

Por que os cachorros adoram dar beijo?

O Toddy é de longe meu filho mais beijoqueiro
O Toddy é de longe meu filho mais beijoqueiro

 

A maioria dos dogs adora dar beijo ou bezucão, como curto dizer. Por essa atitude, leia-se aquelas gostosas lambidas que eles dão na nossa boca e rosto. Claro que a primeira avaliação que fazemos desse comportamento é de que se trata de uma demonstração de carinho. Afinal, vamos confessar, a gente adora dar uma humanizada ao avaliar o comportamento dos nossos peludos, mas, na verdade os deliciosos bezucões têm uma explicação científica interessante, que vai além do amor que eles sentem por nós.

Lendo o ótimo livro “Super Interessante – A Mente do seu Cachorro”, da Luiza Sahd, descobri que esse hábito tem origem na ancestralidade dos cães. Estudando os caninos selvagens, os pesquisadores da Universidade da Califórnia descobriram que os filhotes de lobos, coiotes e raposas lambem o focinho das mães quando elas voltam da caçada. Eles fazem isso para provocar náuseas na mommy deles e comerem o que elas regurgitam. Ecaaaa!

Mas, você deve estar se perguntando, o que isso tem a ver com os beijos dos cachorros nos humanos? Ocorre que as nossas bocas são muitos saborosas para os cachorrinhos, assim como os lobos e os próprios humanos, eles possuem receptores de sabores doces, salgados, amargos, azedos e até terrosos. Aliás, entre os gostos mais atraentes estão os doces, que também pode ser explicado pela evolução. É essa sensibilidade que faz os bichos distinguirem uma fruta madura de uma que ainda não pode ser comida.

Outra comportamento interessante que aliás acontece muito aqui em casa é que os danadinhos preferem as bocas que contêm mais sabor. Explico. Eu e o meu marido fumamos, porém ele fuma muito mais do que eu, então, se eles forem escolher uma boca, vão preferir a minha, já que o cigarro tira boa parte do odor natural dos alimentos.

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Uma explicação adicional é que o bezucão também é uma forma de cumprimento ritualizado. Serve para dizer um “oi” e também para recepcionar um outro cão que volta à casa, e assim descobrir o que o outro andou fazendo na rua. Essa última explicação é muito verdade, o Toddy sempre lambe a boca da DJ quando ela volta dos passeios *rs*. As próprias cadelas também lambem as crias quando ficam longe por algum tempo. Ou seja, em resumo, o peludinho está sim demonstrando que gosta e confia em você quando te beija.

Falando de pastores alemães 

O lindo pastor alemão. (Crédito: Anthony Beux Tessari/Wikimedia Commons)
O lindo pastor alemão. (Crédito: Anthony Beux Tessari/Wikimedia Commons)

Há 15 dias o Fantástico, da TV Globo, fez uma reportagem mostrando um “violento ataque de cães furiosos e descontrolados a um pedestre”, com o intuito de demonstrar qual era a forma correta de se proteger em caso de ataques de cães. Nesta reportagem, os cães pastores alemães foram retratados como animais perigosos, selvagens, praticamente máquinas letais prontas para o ataque.

Aqueles que , como eu, são amantes da raça e entendem o básico a respeito de comportamento animal, podem dizer absolutamente o contrário: cães pastores alemães, apesar de cães fortes e potentes, têm o potencial de ser o oposto do que foi mostrado: cães com alto grau de concentração, bastante focados, aptos a trabalhar lado a lado com o ser humano e interagir com ele de forma muito amistosa e afetuosa. 

Aliás, as características descritas acima podem representar muito bem qualquer raça, inclusive nossos ilustres vira-latas, levando em consideração a forma com que os cães são criados e educados. Qualquer cão tem potencial para ser uma “arma letal” e também para ser “o melhor amigo do homem”. Uma mistura de temperamento do indivíduo, genética e principalmente sociabilização e educação é que vão ajudar a determinar se o cão será um risco ou um amigo dentro de casa.

Eu e Ava, que já foi pro céu dos cachorrinhos
Eu e Ava, que já foi pro céu dos cachorrinhos

A reportagem polêmica esqueceu de mencionar que o pastor alemão, apesar de sua “má fama” – talvez endossada pela imagem de cão policial, somente capacitado para o ataque – foi criado para ser um versátil cão de trabalho. Quando desenvolvida por Max von Stephanitz, no século XIX, foram cruzados vários tipos de cães pastores, para que surgissem no pastor alemão o maior número de qualidades possível: robustez, força, agilidade, faro, entre outras. Não é incomum vermos pastores alemães trabalhando como cães de faro, tanto no resgate de pessoas como na busca a entorpecentes, cães de pastoreio, cães de companhia, e, por que não, cães de guarda. 

 

As cores do pastor alemão
As cores do pastor alemão

O temperamento desejável do pastor alemão aponta um cão equilibrado, firme e atento, mas como já disse anteriormente, não é somente temperamento que definirá como o cão se comportará. Dizer que o cão dessa raça deve ser de uma ou outra forma é negar que dentro da raça existem indivíduos diferentes, com suas características próprias. Se dentre os exemplares, um ou outro cão demonstra comportamentos indesejados, como agressividade, reatividade ou medo em excesso, certamente a sociabilização e o treinamento precoce não foram feitos da forma adequada. Isso com certeza não define a raça. 

Então, para todos aqueles que se assustaram com a imagem retratada na reportagem, e passaram a atravessar a rua ao verem um cão pastor se aproximando, não se preocupem: este cão, tão belo e altivo, tem muito mais a oferecer do que força e um ataque potente – o pastor alemão, bem criado e bem educado, pode ser um ótimo defensor, trabalhador, e principalmente, um maravilhoso e afetuoso companheiro.

*** Por Juliana Nishihashi, Adestradora e Consultora Comportamental da Cão Cidadão