Feliz Dia dos Pais!

Nesse Dia dos Pais, a família Meu Filho Cão faz uma homenagem a seres maravilhosos: os pais de cachorros. Homens que se dedicam e demonstram afeto e carinho aos seus peludinhos todos os dias. Cuidam, alimentam, brincam e dão o exemplo que deve ser seguido por todos.

Para essa homenagem, pedimos aos fãs do MFC no Facebook que enviassem fotos dos pais com seus peludinhos. O resultado foi incrível, mais de 80 imagens chegaram, uma mais fofa que outra. Criamos, então, um álbum com todas essas fotos. Está lindo, aproveitem, compartilhem o amor <3

O único defeito de um cão é ter a vida muito curta

 

Nessa última quinta, dia 9 de julho, passei pela primeira vez pela experiência de perder um filho cão. O Ozzy, meu peludinho mais velho, foi para o plano superior após sofrer uma forte convulsão. Não há palavras para descrever a dor de se despedir de um cachorro, tristeza, amargura e uma saudade antecipada foram foram os primeiros sentimentos que tomaram o meu coração. Depois, aos poucos, você começa a assimilar melhor a situação e é confortada pela certeza de que fez o melhor por ele até o último minuto.

O Ozzy já vinha bastante doente havia alguns meses. Eu contei no post “Quando a velhice chega” que ele passava por um tratamento intensivo para melhorar a função renal. Na última quarta, porém, ele sofreu uma forte convulsão muito provavelmente, segundo os veterinários, provocada por um excesso de creatinina no sistema sanguíneo. Quando os rins não estão funcionando bem a filtragem da creatinina é comprometida. Isso quer dizer que boa parte da enzima produzida não será excretada na urina, permanecendo no sangue. Altos níveis de creatinina podem ocasionar, então, uma convulsão.

Ele foi prontamente atendido no hospital veterinário da Universidade Metodista e passou por procedimentos para reverter a convulsão. Foi sedado, mas após algumas horas, quando saiu da sedação, os veterinários concluíram que ele voltou a convulsionar. Transferido para um hospital 24 horas, o Ethicus, em São Caetano, foi novamente medicado, mas infelizmente todas as funções do organismo já estavam comprometidas e ele partiu por volta das 14 horas de ontem.

O Ozzy na nossa família – Como falei acima, o Ozzy foi meu primeiro cachorro. Lembro-me claramente do dia em que eu e a minha irmã chegamos em casa com aquela bolinha dourada no colo, apresentando-o como novo membro da família. Inicialmente mal visto, logo ele se tornou o xodó da casa. Dormia no quarto, ganhava milhares de Biscrocks, tinha brinquedos, passeava. Recebia tudo o que um peludinho tem direito.

Ele sempre teve algumas doenças, algumas características dos cockers como otite e também hipotireoidismo e doença de pele. Nunca deixamos de tratá-lo e, seguindo a obrigação que todos os tutores têm, prolongamos a vida dele com a melhor qualidade possível.

Infelizmente, porém, eles se vão muito cedo e ontem concluí que máxima está certa:  “O único defeito de um cão é ter a vida muito curta”.

*** Leia aqui a biografia do Ozzy <3

Quando a velhice chega

Ozzy, o meu velhinho, está sofrendo os problemas da terceira idade.
Ozzy, o meu velhinho, está sofrendo os problemas da terceira idade.

 

Quem acompanha o Meu Filho Cão pelo Instagram e pelo Facebook sabe que desde a semana passada o meu filho mais velho, Ozzy, de 14 anos, está bastante doente, fazendo tratamento diário no hospital. O caso dele inspira bastante cuidado, pois a função renal está seriamente comprometida e isso também está afetando os batimentos cardíacos. Ele está sendo bem assistido, há nove anos ele se trata com o mesmo veterinário do Hospital Veterinário da Universidade Metodista de São Paulo, porém, mesmo assim, nos ficamos bastante abalados por conta do estado geral dele.

Decidi escrever esse post não só para falar sobre o Ozzy, mas também para abordar um assunto que está cada dia mais presente nas famílias que têm cachorro, a velhice canina. Com o avanço da medicina veterinária e também da alimentação oferecida aos cães, hoje já é comum ver peludinhos que atingem a terceira idade. Com ela, assim como acontece com os seres humanos, o número de doenças cresce e os cuidados com alimentação e higiene devem ser redobrados.

Para mim, essa situação deve estar bem clara na cabeça de todas as pessoas que decidem adotar um cão. Obviamente, não consideramos de maneira nenhuma abandonar o peludinho nessa fase da vida, mas a família tem que estar consciente de que a dedicação redobra nessa fase.

Segundo o livro “Cão de Família”, da Alida Gerger e do Alexandre Rossi, os cachorros maiores ficam idosos mais cedo, em torno de seis anos de idade, já os menores alcançam a terceira idade com cerca de nove anos. É natural, ainda de acordo com o livro, que os cães velhinhos durmam um pouco mais, andem mais devagar e diminuam suas atividades em geral. No entanto, há uma doença chamada disfunção cognitiva que deve ser observada.

Quando o cachorro é acometido pela disfunção cognitiva pode latir sem motivo; urinar e defecar em locais que não habituais, como se tivesse esquecido o que é certo; insônia e vaguear durante a noite; não reconhecer o dono; não responder a alguns comandos normalmente utilizados; se recusar a passear; parecer confuso ou perdido pela casa; entrar em locais inadequados e ter dificuldade para sair, como de trás da geladeira, por exemplo.

Se o velhinho apresentar alguns desses sintomas, o veterinário deve ser consultado, já há tratamento e controle para aliviá-los.

Hora do passeio! Diversão ou… tortura?

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Para passear, o Theo usa uma coleira tipo cabresto, uma das recomendo

Mas o pior é que para muitos tutores isso é verdade. Só de pensar em passear com o peludo, já sentem dor no braço, nas costas, a palma da mão queimando da guia, os puxões, etc. Haja condicionamento clássico nessa hora!

(Explicando o que é isso, pois isso vai ajudar a entender os problemas de passeio: de forma simples, condicionamento clássico acontece quando duas situações distintas, mas que acontecem ao mesmo tempo, acabam disparando uma reação automática do ser – pessoa ou animal – um “reflexo condicionado”)

Então, o que podemos fazer para treinar o cão e tratar os problemas no passeio – e enfim, mudar esse condicionamento, de algo terrível para algo prazeroso?

Primeiro, não vamos treinar o cão quando ele já está totalmente fora de controle. Uma adestradora que gosto muito diz a seguinte frase: “Não dá pra gente ensinar álgebra numa montanha-russa”. Ou seja, não dá pra tentar ensinar nada para alguém durante uma situação tensa, estressante, estimulante. Precisamos começar do básico, do mais fácil pro mais difícil. 

Comece em casa – Vamos começar diariamente, dentro de casa e mostrando pra cachorro como o passeio deve acontecer: de coleira e guia, posicione o cachorro do seu lado, onde a guia esteja frouxa (não tensione nem encurte a guia); dê dois passinhos, e se o cachorro acompanhar com a guia frouxa, dê um petisco para recompensar. Começe na sala, vá até a cozinha, se ele continuar focado em você e no petisco, começe a ir para fora. Se ele ficar muito excitado, retroceda. Esse passo vai ensinar para o cão duas coisas importantes: a posição que ele deve ficar durante o passeio, e que não há motivos para ficar totalmente descontrolado cada vez que coloca a coleira, pois essa é uma situação totalmente calma e corriqueira. 

Lembra do condicionamento clássico? Ele aparece nesse passo inicial do passeio, ou seja, na saída. O cão já está tão condicionado a sair maluco e puxando a guia no passeio, que só de vestir (ou olhar!) a coleira, já fica doidão e sai do controle. Por isso, esse passo precisa ser feito com paciência, para começarmos a alterar o comportamento.

Realizado esse passo, passamos agora para a rua – horário calmo, sem muitos estímulos. Faça o mesmo processo acima, só que agora vai ser mais complicado, pois na rua há mais distrações. 

Por isso, o ideal é treinar com o cão num momento onde ele esteja com apetite e levando um petisco irresistível. Use o horário da refeição e a própria ração, por que não? 

Já na rua, se o cão começar a puxar para chegar em algum lugar, use a frustração – simplesmente pare imediatamente de andar. Dica importante: cole a mão que segura a guia junto ao corpo, assim, quando parar de andar, o cachorro não vai ganhar nem um centímetro a mais do seu braço sendo esticado! Será ainda mais frustrante para ele realizar o puxão. 

Aguarde o cão se tocar: “Pô, que saco! Por que ele parou?”. Quando o cão afrouxar a guia, olhando de volta para você, volte a andar. Se ele não se tocar, dê uma ajuda – bata na perna, chamando-o e colocando-o de volta na posição certa, e aí continue o passeio. Outra dica boa é simplesmente virar para o lado oposto ao que o cão puxou. Teste e veja o que funciona com o seu cão, pois não tem “receita de bolo” que funciona igual para todos nessa hora.

Quando o cachorro estiver andando do seu lado com a guia frouxa, ELOGIE MUITO!! Fale com ele, dê o petisco, e deixe que ele faça algo que goste muito – cheirar uma moita, marcar com xixi, cheirar outro cão, brincar com uma pessoa. É desta forma que nos desvencilhamos do petisco como recompensa, usando reforços ambientais (a médio prazo, ok? No começo, 

No começo, o “passeio” vai ser super curto, pois será mais um treino do que lazer. 

Outras orientações muito importantes que precisam ter em mente ao passear com um cão:

Use as ferramentas adequadas. Muitas vezes o treino não dá tão certo por conta das ferramentas. Minha coleira favorita é a peitoral de treino: ela controla o cão sem enforcar ou apertar, facilitando a frustração quando o peludo puxa, pois a guia prende na frente então nas costas. Outra que gosto muito é o cabresto, indicada para cães fortes, que além de puxar no passeio, são agressivos – aliás, agressividade será tópico de outro artigo! AGUARDEM! Coleiras de pescoço também podem ser boas, mas em cães que puxam muito podem machucar, costumo utilizar no caso de cães mais fracos, que cheiram o tempo todo, pois não é necessário usar muita frustração ou força. Enforcadores são polêmicos, eu prefiro evitá-los pois as chances de machucar o cão são grandes, principalmente com pessoas inexperientes. As guias, sempre de material resistente, bem costuradas (não coladas!!), de 1m a 1,5m de

Preste atenção no cachorro!! Ninguém gosta de ser convidado para sair, e no meio do passeio ser ignorado pelo amigo, certo?! Acontece o mesmo com o cão: chamamos o peludo pra passear, e 5 minutos depois estamos no celular, sem olhar pro cão. É claro que ele vai puxar a guia e decidir para ir, afinal, o companheiro de passeio é um tédio! Passeio é um momento de conexão e diversão mútua, então olhe para o cão, fale com ele, elogie quando estiver educado, leve-o para cheirar e fazer xixi sem que ele precise puxar. Muitas vezes, só isso já faz o passeio ser mil vezes melhor.

Seja persistente e criterioso. O cão puxou a guia pra chegar no poste? O passeio pára e ele não consegue chegar lá. O cão está educado andando junto? Dê alguma recompensa! TODAS AS VEZES. Se formos variáveis, o cão não entenderá exatamente o que estamos ensinando.

Passeie todo dia! É muito difícil para o cachorro não ficar ansioso para sair se ele só sai 1 vez por semana! Então, uma das formas de acalmar o cão é criando a rotina de sair diariamente – e também porque assim temos condições de treinar um pouco todo dia, e porque atividade física diária é item obrigatório para o bem estar canino.

Dá um bom trabalho, mas vale a pena! Com o treino, passear com o cão vai ficar tão prazeroso, sua relação com o peludo vai melhorar tanto, que você vai ficar tão feliz quanto seu cachorro quando vir a coleira!

*** Por Juliana Nishihashi, Adestradora e Consultora Comportamental da Cão Cidadão

Os cachorros sonham?

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Theo tirando uma soneca

 

Acho que assim como eu vocês já devem ter percebido que muitas vezes durante o sono nossos filhos emitem alguns sons ou têm uns tremeliques. Bem, observando esse comportamento sempre fiquei me perguntando, será que os cachorros sonham?

A resposta para esse dúvida eu encontrei no livro que curiosamente se chama “Os cães sonham”, de Stanley Coren. E, sim, a resposta é eles sonham! Essa foi a conclusão dos cientistas partindo de algumas premissas como a de que em nível estrutural o cérebro dos cães é muito parecido com o dos humanos. Além disso, estudos verificaram que durante o sono os padrões de ondas cerebrais desses animais são muito semelhantes aos do homem e passam pelos mesmos estágios de atividade elétrica, indicando assim que os cachorros têm sonhos.

Há evidências de que os cachorros sonham com atividades caninas comuns. Os estudiosos concluíram isso a partir da análise de uma parte da estrutura cerebral chamada ponte, que impede todos nós de externarmos nossos sonhos.  Os cães só começavam a se mexer quando o cérebro entrava no estágio do sono associado ao sonho. Os pesquisadores descobriram que ao sonhar um pointer pode começar a procurar imediatamente pela caça e até apontar, um springer spaniel pode disparar atrás de um pássaro imaginário no seu sonho, enquanto um doberman pode comprar uma briga com um ladrão.

Como saber se eles estão sonhando – É muito fácil saber quando seu filho cão está sonhando. À medida que o sono se aprofunda, a respiração ficará mais regular. Depois de aproximadamente 20 minutos, um cachorro de tamanho médio, deve ter o primeiro sonho. Você reconhecerá a mudança porque a respiração ficará irregular. Pode haver contrações musculares e você conseguirá observar os olhos dele se mexendo por baixo das pálpebras. Isso ocorre porque o cão realmente está olhando para as imagens do sonho como se fossem reais.

Nem todos os cachorros possuem a mesma quantidade de sonhos. Os pequenos, como um poodle toy, podem sonhar a cada 10 minutos, enquanto um mastim a cada uma hora. A diferença é que os sonhos dos maiores duram mais tempo.

Interessante, né?