Os cachorros vão ganhar uma irmã (o) humana (o)

Theo conhecendo a irmã pelas imagens do ultrassom
Theo conhecendo a irmã pelas imagens do ultrassom

Hoje é dia de notícia boa: Theo, Toddy e Paçoca vão ganhar uma irmã (70% de chance) ou um irmão (30% de chance) humana (o). A chegada da irmãmana – vamos considerar que é menina porque a probabilidade é maior – não foi planejada, mas já estamos curtindo bastante a ideia de ter uma serumaninha pra brincar com o Toddy, o Theo e o Paçoca.

Como sempre foi o propósito do MFC, vou, na medida do possível, compartilhar com vocês as adaptações, experiências e aprendizados de criar uma criança com cachorros. Acho que vai ser bacana, mas também será um desafio, já que sou marinheira de primeira viagem nos cuidados com humanos *rs*

Catarina e Dorinha relaxando
Catarina e Dorinha relaxando

Dei uma olhada nos livros sobre cachorros que tenho aqui em casa e vi que há bastante coisa a ser colocada em prática: ensinar novos limites, implementação de mudanças gradativas na rotina, mais cuidado ainda com a saúde deles, enfim medidas para que eles não sofram com a chegada da nova integrante da família e curtam a irmã desde o primeiro dia.

Além dessas providências, quero ajudar a desmistificar a ideia de que com a chegada de um bebê, os cachorros devem ser escanteados ou até mesmo eliminados da família. Tenho plena convicção de que é possível criar todos juntos e que essa convivência só faz bem às crianças. Aliás, já contei aqui no blog a belíssima convivência das irmãs canina e humana Dorinha e Catarina e também da Lin e do Gael, humanos, irmãos do Zip, Poli e Carol, cachorrinhos.

A mãe da Catarina e da Dorinha, Thaise Pregnolatto, inclusive, tem um ótimo blog sobre maternidade, o Mamaholic.

Medidas iniciais

A primeira ação a ser colocada em prática é não pular em mim. Nunca me importei com esse comportamento, apesar de saber que incomoda algumas pessoas. No entanto com a gravidez e depois com a chegada da humaninha, esse hábito vira um problema.

Para eliminar os pulos, especialmente do Theo, que é grandão e fica doido quando eu chego, aprendi que tenho que ignorá-lo ao chegar em casa. Complicadíssimo, pois tudo que a gente quer ao vê-los é abraçar, beijar, brincar, porém necessário. De acordo com o livro “Adestramento Inteligente”, do Alexandre Rossi, dar broncas e até empurrar o cachorro para o chão não funciona, na verdade só aumenta o problema. Broncas e contato físico funcionam como uma recompensa pro cão, que acabou conquistando o que queria, a nossa atenção.

A família de Ana Liao no aniversário do Zip, já falecido
A família de Ana Liao no aniversário do Zip, já falecido

O adestrador garante que com o ato de ignorar em pouco tempo o peludo começa a mudar de comportamento, e o passo seguinte é recompensar o animal apenas quando ele já estiver calmo e no chão. Devemos pedir um senta ou deita, dar um petisco ou um carinho, por exemplo.

Outra estratégia é reprimir o pulo com um jato d’água, mas para isso precisamos sempre estar munidos com um borrifador, pois a bronca deve ser imediata. Ou seja, mais complicado.

Bem, vou começar a ignorar meu branco-gigante-doido ao chegar, depois conto pra vocês se deu certo.

 

Como os cachorros lidam com a perda de um irmão

Saudades dos três juntinhos.
Saudades dos três juntinhos.

Quase um mês depois que a DJ partiu, ainda estamos com muita dificuldade de lidar com a ausência dela, mas tentando tocar a nossa rotina, afinal há outras vidinhas que dependem de nós. Uma das perguntas mais frequentes que me fazem é: “Como o Theo e o Toddy estão lidando com a perda da irmã?”

Naturalmente, a gente tenta humanizar as reações dos cachorros, mas fato é que, muitas vezes, as reações que eles apresentam diante das situações são muito diferentes das nossas. Apesar da nossa tristeza, os dois não demonstraram sinais de depressão com a perda da irmã. Nos primeiros dias, quando chorávamos eles ficavam ao nosso lado. Sabe aquele comportamento fofo dos peludos quando estamos tristes? Então, era assim. No entanto, eles continuaram brincando, comendo e latindo como sempre fizeram.

Fui atrás, então, de explicações sobre como os cães costumam reagir ao luto, e as respostas que encontrei foram que sim os cachorros podem ficar deprimidos com uma perda, mas que nem todos reagem da mesma maneira. Segundo o livro “Os cães sonham?”, do Stanley Coren, hoje a maioria dos veterinários aceita que os cachorros têm emoções e podem sofrer os mesmos problemas emocionais que os humanos, entre eles a depressão. Uma das causas externas que podem de deixar o cão deprimido é justamente a perda do dono ou de outro cachorro. Aliás essa é a causa mais relatada aos veterinários.

Os sintomas

Entre os sintomas mais comuns nos animais deprimidos estão reagir a situações estressantes latindo, salivando ou destruindo. Outros indícios, de acordo com o livro “Cão de Família”, da Alida Gerger e do Alexandre Rossi, são isolamento, dormir demais e inatividade.

O tratamento para depressão pode incluir medicamentos e mudanças na rotina, com a inclusão de novas brincadeiras, exercícios e enriquecimento ambiental. A ideia é estimular o cão para que ele abandone os comportamentos depressivos.

A boa notícia é que é raro que a depressão nos cachorros dure muito tempo. Se o pai ou mãe do peludinho o ajudarem a sair dessa a recuperação tende ainda a ser mais rápida.

 

Dificuldades na hora da refeição

theo_comida_comedouro_alimentaçaoNão é incomum sermos chamados para “adestrar” cães por conta de problemas na hora da refeição. Não, não… não é por causa daquele cachorro que atrapalha a refeição dos outros, pulando na mesa e roubando comida. O problema é durante a refeição do próprio cão, que apresenta alguma anormalidade para se alimentar: come rápido e em quantidade demasiada, e parece estar o tempo todo com fome, ou não tem fome, dependendo de “artifícios” dos tutores para conseguir comer minimamente bem; ou ainda, há aqueles peludos que comem sua comida e tudo o que houver pela frente – pano, papel, folhas, pedras!

A alimentação do cachorro parece ser a parte mais simples do seu manejo diário, certo? Ração de primeira qualidade, oferecida no seu potinho, o Totó ganha também uns biscoitos durante o dia como guloseima e também outros petiscos durante o adestramento. Pois saibam que essa rotina tão comum é fonte de muita dor de cabeça para tutores, simplesmente por não conhecerem algumas particularidades que nossos amigos caninos possuem:

Cães são caçadores por natureza

E o que isso tem a ver com o cão que come muito, ou que rejeita a ração? TUDO. Se o cão dependesse só dele para se alimentar, vivendo solto e livre, ele caçaria sua própria comida (sim, outros bichinhos!), e de quebra, procuraria alguns frutos para petiscar durante o dia. Essa caça e procura são extremamente naturais e prazerosas para os cães, que se divertem enquanto buscam alimento. E quando colocamos ração no pote duas vezes por dia, ou pior, quando deixamos um monte comida à vontade, desvalorizamos o ritual de alimentação do cão, tornando-o sem graça e vazio. Em alguns cães, isso pode se refletir no comportamento de comer tudo em poucos segundos, sem o menor apreço pela comida, e outros podem rejeitá-la, por ter ficado muito tempo aberta, ou por ser sem graça comer dessa forma.

Theo se vira pra comer petisco colocado dentro de garrafa pet
Theo se vira pra comer petisco colocado dentro de garrafa pet

Como melhorar essa situação? Fazendo com que o cão trabalhe pela comida! Muitos tutores sentem pena de dificultar a refeição do peludo, mas justamente aí que entra a diferença entre humanos e cães: os cães gostam de fazer esforço! Pode ser através de um brinquedo específico, um comedouro lento, uma garrafa pet furada, [ver referências abaixo] simplesmente espalhando a porção de ração no quintal ou colocando vários potinhos em vez de uma só vasilha. Inicialmente o cão pode estranhar, mas logo achará interessante! Se os tutores fizerem festa e incentivarem, ainda mais! Para aqueles peludos que foram habituados a comer da mão do tutor, é uma boa saída para aumentar sua independência: incialmente o tutor manipula o brinquedo e mostra a comida, até que o pet aprenda a se alimentar sozinho de forma divertida. Essa atividade tende a aumentar o apetite dos mais seletivos, pois nem percebem que estão comendo durante a brincadeira, e também desacelerar a velocidade dos apressadinhos.

Brinquedos sugeridos:

big_pet_ball Big PetBall – Comedouro-brinquedo em forma de bola com 4 aberturas ajustáveis. Informações sobre onde comprar no site petgames.com.br

 

 

Pet_fit

PetFit – Comedouro lento com design inovador e 5 ventosas para fixação. Informações sobre onde comprar no site petgames.com.br

 

 

 

Cães tem paladar

Antigamente, muitas pessoas falavam “cachorro não diferencia gosto! É só dar qualquer comida!”. Na prática, percebemos que cães tem paladar e preferências alimentares. Isso pode ser, em parte, pela oferta de alimentos “não caninos” por parte dos tutores; por hábito ou coração mole, dão alguns alimentos muito mais saborosos do que a ração própria para cães. Isso é particularmente prejudicial quando o peludo ganha algo mais gostoso quando não comeu sua comida. Exemplo: cãozinho recebeu sua ração, mas não estava com muita fome naquela hora. Seu tutor, assustado com a possibilidade do cãozinho passar fome mais tarde, ou estar doentinho, tenta incentivá-lo a comer colocando algo mais palatável na ração (molhinho de carne, ração em pasta, carne moída, etc), ou diante de uma negativa total do cão, suprem a falta da refeição com uma fruta ou biscoito. O cachorro, que não é bobo, começa a relacionar que sempre que não come a ração, alguém complementa ou substitui por algo mais gostoso. Forma-se aí uma preferência alimentar e um padrão de comportamento: “demoro para comer, ganho algo mais gostoso depois”.

A dica? Oferecer somente a quantidade indicada pela ração/veterinário, dividida em algumas vezes ao dia; se o pet não comer tudo, retire a vasilha depois de uns 20 minutos mesmo assim. Não suplemente essa ração que sobrou com algo mais gostoso, para ver se ele limpa o prato. Siga essa rotina rígida nas próximas refeições, até o peludo espertalhão perceber que só tem ração durante as refeições – petiscos e guloseimas só durante adestramento ou para recompensar bons comportamentos. E para os pets gulosos, que parecem comer, e ainda estar com fome, sempre farejando um petisco mais gostoso, vale o mesmo esquema: a ração aparece durante as refeições, e petiscos são “prêmios”! É importante não se deixar levar pela carinha “de fome” do peludo, pois se ele já está alimentado corretamente com sua ração, certamente não está com fome, e sim com vontade de comer! Tipo a gente, que mesmo depois de uma feijoada, ainda encara a sobremesa!

Alguns cães realmente têm distúrbios alimentares

É preciso saber separar o que são comportamentos aprendidos e o que realmente pode ser um problema de saúde. Geralmente, nossos peludos gulosos são loucos por comida simplesmente por serem “bons de garfo” – labradores e beagles são bons exemplos. Isso não é distúrbio alimentar nem falta de educação, mas um comportamento natural do cão que acabou sendo reforçado pelos tutores (que oferecem mais e mais alimento achando que o cão está com fome). Por outro lado, alguns cães tem menos apetite – yorkshires e whipets, por exemplo. Mas mesmo nesses casos, é esperado que os pets comam adequadamente todos os dias, mesmo que seja uma pequena porção.

Alguns cães, além de comerem sua comida de forma exacerbada, também podem comer objetos não comestíveis. Alguns tutores, sem conhecimento, acreditam que o pet está com fome, e sem acesso à ração, acabam suprindo a necessidade com o que acham pela frente (pedras, papéis, plásticos, brinquedos, madeira, e até fezes). Porém, isso é um distúrbio de comportamento chamado pica, e deve ser rapidamente tratado com a ajuda do veterinário e de um especialista em comportamento.

Cães extremamente seletivos, que podem passar dias sem comer – mesmo petiscos ou guloseimas – não devem ser taxados somente de “frescos”: essa falta de apetite pode ser causada por alguma doença. Muitas pessoas dizem para deixar o cão sem comer, pois uma hora terá fome e será obrigado a se alimentar, mas deixar um cão desse tipo passar alguns dias sem comer, para ver se seu apetite aumenta, não é uma opção! A atitude imediata é levar o cão ao vet, pois jejum completo pode significar alguma doença.

*** Por Juliana Nishihashi, Adestradora e Consultora Comportamental da Cão Cidadão

Peitoral Easy Walk evita puxões durante os passeios

Toddy usando sua Easy Walk
Toddy usando sua Easy Walk

 

Os leitores e as leitoras do MFC já sabem que sou fã de uma coleira chamada Gentle Leader, trata-se de um acessório meio feinho, mas que ajuda muito nos passeios com cachorros pesados e que puxam. Apesar de estar bem feliz com essa coleira, sempre fiquei incomodada com os olhares atravessados das pessoas quando passeio com o Toddy nos eventos sociais que participamos. A Gentle não machuca de jeito nenhum, mas por se assemelhar a um cabresto, causa uma impressão ruim por não ser muito conhecida ainda por aqui.

Resolvi, então comprar o peitoral Easy Walk. Ele é muito parecido com os peitorais comuns que vemos nos petshops, mas com uma diferença fundamental, a guia não é presa nas costas do cachorro, mas sim numa argola situada na parte da frente, localizada na altura do peito. Esse layout diferente muda totalmente o efeito da distribuição do peso. Os peitorais normais funcionam como arreios de tração, distribuindo o peso e proporcionando ao cachorro muito mais força e disposição para puxar. Já com o Easy é diferente, quando o peludo tenta puxar, fazendo força para frente, a guia naturalmente faz o bichinho virar para você interrompendo a marcha.

Eu comprei o meu peitoral no site Bitcão e paguei R$ 102,80 (não é baratinho, mas vale a pena). A compra como sempre foi muito tranquila. A entrega foi dentro do prazo e o produto chegou bem embalado. Super recomendo essa loja (isso não é um post pago, só uma recomendação).

Os primeiros testes foram feitos durante os passeios na vizinhança. Ainda bem porque eu e o papito do Toddy apanhamos bastante para entender como ajustar bem o acessório. Ele tem apenas três partes – peito, costas e barriga – mas como tem uma lógica diferente de outros peitorais, inclusive com vários engates, os ajustes dele não são óbvios. Mas a dica aqui é deixar bem justo em todas as partes, dessa maneira o engate da frente, onde você encaixará a guia, não ficará largo.

Outra indicação é sempre vestir o peitoral sempre passando o primeiro a parte das patinhas. Essa parte, a que passa pelas patinhas, é a que tem cor diferente, preto no peitoral vermelho, cinza no peitoral preto. Deem uma olhadinha no vídeo pra entender melhor depois prendam o encaixe de cima e ajustem a coleira no peito do cachorro. Pronto, agora é só encaixar a guia e passear.

Minhas impressões – O Easy Walk cumpre muito bem a função que promete, ou seja, facilitar o passeio com cães que puxam. Ele não chega a ser tão eficiente quanto a Gentle. Por exemplo, meu pai, que é velhinho, teria dificuldades de passear com o Toddy mesmo com o Easy, mas para adultos funciona muito bem.

Além disso, o design do produto é muito bacana. Se bem ajustado, o peitoral é bastante seguro e fica bem bonito no cachorro. Ou seja, recomendado!

Brigas entre cães – o que fazer?

bulldog_vector_clipartBriga entre cães sempre é uma cena triste de se ver, com toda a confusão entre peludos e pessoas, tentando apartar e se perguntando como tudo aconteceu. Em geral, brigas de cães parecem “acontecer do nada” e pegam as pessoas desprevinidas. E essas cenas são muito mais perturbadoras quando acontecem com cães da mesma casa, entre “irmãos peludos”.

Há alguns dias, no Facebook do “Diário de Uma Mocinha”, um post da mãe da Bici deixou Angélica e eu pensando sobre brigas entre cães. Neste post, a Bici aparece com uma coleira tipo “peitoral de treinamento”, esclarecendo que usa sempre a coleira, mesmo fora dos passeios, para facilitar a separação das meninas em caso de briga. Mas será que o uso da coleira é mesmo a forma mais segura de separar cães durante uma briga?

O que não fazer numa briga entre cachorros

Mesmo sendo adestradora, eu nunca precisei separar uma briga feia entre cães – até porque, durante os treinamentos, eu e os tutores fazemos todo o possível para que os cães não briguem, garantindo a segurança de todos e uma boa evolução do treinamento. Mas é claro que pequenos arranca-rabos acontecem, e para isso, a melhor forma de intervir é nunca se interpor fisicamente entre os cães, nem gritar para interromper. Tentar segurar os cães no colo, bater, afastar com as mãos, pegar pela coleira ou na pele do pescoço são atitudes muito perigosas. Agindo destas formas, o que seria uma pequena faísca pode receber combustível para se tornar uma verdadeira explosão – latidos, ganidos, chacoalhões e muitas mordidas.

Em situações de brigas menos graves, geralmente um som abrupto, como uma batida na porta, um spray de ar comprimido, e em alguns casos até uma batida de palmas, pode interromper a confusão. Também é possível afastar os cães usando algo rígido, como um papelão, colocando entre os brigões. Depois de separada a briga, não é necessário (nem didático) dar broncas nos cães; o ideal é só deixá-los em local calmo, e se necessário separados até que esfriem a cabeça. Mas nada de separá-los por horas ou dias. Depois de alguns minutos eles devem ser reintroduzidos ao ambiente, de forma calma e controlada, sempre com alguém para supervisionar.

Qual é a saída para resolver brigas severas

Já em brigas mais severas, naquelas em que os cães realmente se atracam e não se soltam, a regra de não agir fisicamente ou gritando deve ser seguida à risca e em dobro! Sei que é difícil, mas é preciso pensar friamente para não se arriscar. Geralmente em brigas muito feias, é comum acontecer o que chamamos de “agressividade por transferência”. Com a excitação em alta, o cão simplesmente continua reagindo à situação, e sai mordendo à torto e à direita quem estiver por perto; e muitas vezes a vítima é justamente aquele que estava tentando apartar, e pode se machucar muito.

Então nestes casos, a saída mais fácil é tentar separar os cães usando algo rígido para afastá-los – uma tábua, uma cadeira, uma vassoura (mas não é para bater nos cachorros!!). Também é possível interromper com o fator surpresa de um jato forte d’água (um balde ou uma mangueira).

Outra saída mais arriscada, mas às vezes necessária, é conter os cães de forma mais física, pois só interromper a briga não funciona. Mas é importante lembrar que qualquer atitude mais brusca pode por a pessoa que separa em risco, por isso deve-se tentar as outras opções antes. Para tanto, uma pessoa (bastante corajosa, admito!) deve pegar o cão mais agitado pelas patas traseiras, levantando-o, o que vai deixá-lo um pouco sem equilíbrio, e rapidamente “puxar” o cão, afastando-o do outro. Para esta técnica, é importante já ter em mente uma rota de fuga para sair com o outro cão, uma vez que tudo acontece muito rápido, e mesmo tirando o cão com bastante rapidez, a briga pode voltar a acontecer.

A situação não pode ser corriqueira

Um rápido comentário que eu não poderia deixar de fazer. Lendo os comentários dos leitores da página da Mocinha, muitas pessoas se identificaram com o post e se diziam aliviadas em saber que as brigas não aconteciam só com seus pets. Vale lembrar que nenhum tipo de briga entre cães da mesma casa deve ser encarado como algo corriqueiro – não estou falando daqueles rosnados quando um cão tenta roubar o osso do outro, ou aqueles “pegas” do cão mais velho fazendo a brincadeiras dos mais novos parar. Brigas diárias não são saudáveis, não são normais e certamente podem escalar para situações onde os cães realmente se machucam!! Portanto, ao menor sinal de brigas, consulte um especialista em comportamento canino.

E uma dúvida curiosa da Angélica: brigas de fêmeas realmente são mais severas que brigas de machos? A resposta… geralmente sim. De acordo com o dr. Stanley Coren (psicólogo e estudioso do comportamento animal) existem até pesquisas que demonstraram que brigas entre fêmeas tendem a ser mais longas, perigosas e causam maiores danos, do que brigas entre machos. E também, estudos mostraram que melhoras no comportamento agressivo de fêmeas são um pouco menos pronunciadas do que em machos. Portanto, o principal é investir em educação precocemente, tanto dos cães quanto dos tutores, pois modificar o comportamento agressivo depois de instalado é muito mais trabalhoso!

*** Por Juliana Nishihashi, Adestradora e Consultora Comportamental da Cão Cidadão