Um dos efeitos colaterais mais comuns da quimioterapia é a perda de apetite. Como as drogas administradas são muito fortes, é normal que os peludinhos percam a vontade de comer. Após quatro meses de tratamento, poucas vezes isso havia acontecido com a DJ, mas depois da última sessão, ocorrida na segunda (9), a bichinha perdeu totalmente o apetite.
Sempre após as sessões, temos de medicá-la com Omeprazol e Vonau justamente para que ela não enjoe muito. Em geral, dá certo, porém na última segunda ela passou pela sessão mais pesada, que provoca, consequentemente, mais efeitos colaterais.
Entramos, então, em contato com a veterinária, que nos autorizou a oferecer alimentação natural, como frango e cenoura. O problema é que praticamente não sei cozinhar, e já li diversos artigos sobre AN que dizem que deve haver um cuidado especial na preparação de refeições humanas para cachorros. A comida deve ter baixo índice de sódio e quase nenhum tempero, ou seja, a possibilidade de eu acertar seria quase nula.
Saí em busca de comida natural já pronta. A primeira empresa que veio à minha cabeça foi a Cãolinária, já havia lido bons reviews sobre a empresa, porém eles não têm pronta entrega e tinha urgência, precisava comprar a comida de um dia para outro. Eu também considerei a Tempero Pet, que conheci numa feira gastronômica para pets, mas eles só vendem online. Foi aí que eu achei a La Pet Cuisine. No site, descobri que eles vendem refeições congeladas em alguns pet shops de São Paulo e melhor a empresa tem no cardápio uma receita com frango e cenoura.
A refeição que a DJ comeu
Franguinho da Fazenda – A refeição que comprei no pet shop Mom foi a Franguinho da Fazenda, que leva frango e cenoura, como disse acima, mais arroz, lentilha, batata doce, tomate e brócolis. O preparo é bem simples (até eu consigo *rs*), basta descongelar, pode ser no micro-ondas por exemplo, retirar a parte que será oferecida e guardar o restante na geladeira por até dois dias.
A boa notícia é que a DJ comeu. Não foi muito, mas ela já estava há três dias sem se alimentar, então, ter comido a metade da porção que ela costuma comer diariamente já foi uma vitória.
A La Pet Cuisine ainda tem outros pratos prontos: Cordeiro com Grão de Bico, Caçarola de Carne e Grãos e Risoto Vegetariano. Segundo o site, as proprietárias da empresa, uma veterinária e uma chefe de cozinha, ainda montam cardápios para dietas específicas. Legal, né?
Vou conversar com a veterinária e considerar mudar a alimentação da minha bichinha. #forçaDJ
A cara de tristeza do Theo quando a mommy sai de casa
Hoje quero falar com vocês um pouquinho sobre um assunto que é dúvida para muitos tutores: como lidar com as situações em que o peludo ficará sozinho.
Seja por pouco ou muito tempo, em situações rotineiras ou esporádicas, para muitos tutores e cães os momentos de solidão são um problema. Problemas como choros, latidos, destruição, necessidades em locais errados, ou mesmo relatos de “depressão” nos peludos, são bastante comuns, infelizmente.
Embora não haja um número exato de horas que um cão pode ficar sozinho em casa, é de senso comum que a solidão não faz bem para nossos peludos. Cães são seres sociais, e o convívio com a família é vital para seu equilíbrio e bom comportamento. Um cão que é obrigado a passar muitas horas sozinho, sem ter sido adequadamente adaptado a isso, certamente vai desenvolver algum (senão todos) os problemas descritos acima. Portanto, é papel do tutor, assim que decidir adotar ou comprar um cãozinho, planejar muito bem como será a adaptação do pet às situações de solidão. Os pontos mais importantes a serem levados em conta são:
– Entrar numa rotina diária de exercícios físicos ou passeio com o pet.
– Até ter certeza que o cão está acostumado, providenciar um local neutro para deixar o cão nos momentos de solidão, onde ele não terá tantas possibilidades de fazer bagunça (se for filhote, pode ser um cercadinho na sala, se for um cão maior ou mais velho, a cozinha e área de serviço, por exemplo), mas ainda assim não deverá ficar isolado da casa (trancado no banheiro, por exemplo).
– Oferecer brinquedos adequados para que o cão tenha coisas para se distrair enquanto está só, além de associar esses momentos com coisas boas e divertidas – os brinquedos mais indicados são aqueles que liberam alimento ou ossos, se liberados pelo veterinário.
– NUNCA associar solidão com broncas ou punições. É muito comum ver tutores que trancam o cão em algum cômodo “de castigo”, depois que o pet faz algo errado. Essa é a melhor forma de ensinar o cão a odiar ficar só, pois entende que foi deixado sozinho pois o tutor está muito bravo com ele. O correto é associar a solidão com algo muito bom, seja a entrega um brinquedo novo, um osso, ou mesmo a hora de se alimentar.
– Enquanto estiver em casa com o peludo, reservar momentos para interagir exclusivamente com ele: treino de comandos, jogar bolinha, fazer cabo de guerra, sessões de carinhos e afagos são bem-vindos.
Ofereça atividades, como brinquedos, para os momentos de solidão
É também uma queixa muito comum, tutores que relatam que seus cães pulam, latem, ficam muito agitados e não param quietos, assim que entram em casa ao chegar do trabalho. Pura falta de educação e dominância nestes cães, correto? ERRADO! Estes pobres peludos estão simplesmente morrendo de saudades dos seus donos, e estão demonstrando da forma que acham certa!
O jeito certo de chegar – Vamos compreender o lado do cão: Depois de horas de solidão, num ambiente “chato”, tudo o que o pet quer é a chegada dos familiares. Sua intenção com esses comportamentos é demonstrar que está feliz e quer interagir. Nosso papel: ensinar ao cão qual a forma ideal para isso. Veja o artigo sobre como ensinar comandos e comece um treininho com o cão! E também evite saídas e chegadas muito “emocionadas” – se você não quer que o cão pule em você, não deve deixá-lo muito excitado. Entre, deixe a bolsa no quarto, tire os sapatos calmamente, dê um “olá” bem discreto para o peludo, e quando ele estiver mais calmo fale direito com ele.
Outro cenário bem comum é vermos cães que vivem em quintais, no caso de casas, ou áreas de serviço ou varandas, no caso de apartamento, sem convívio com os humanos. Por mais que haja espaço para correrem e brincarem, e não estejam “confinados”, a ausência de companhia humana significa solidão, que pode causar problemas de comportamento. Por isso, deve-se proceder como no caso anterior, fazendo uma adaptação ao convívio familiar e situações de solidão, sem exclusão do pet! Um cão bem educado vai viver bem, tanto na presença quanto na ausência de pessoas, mas lembre-se: cães foram feitos para viver principalmente em família!
Excesso de presença – Se por um lado o excesso de horas sozinho é prejudicial para os cães, o contrário também é verdadeiro: existem muitos tutores que nunca deixam o cão sozinho, nem para ir ao banheiro! Alguns cães estão habituados a viver numa casa cheia de pessoas, e por isso se acostumam a ter sempre companhia; e alguns tutores, depois da chegada do pet, deixam de sair, e pedem a algum amigo, familiar ou funcionário, que fique com o cão quando precisa deixar a casa, “forçando” uma rotina de companhia 100% do tempo. Isso é extremamente prejudicial para o cão, que se torna totalmente dependente de companhia. É normal e saudável para um cão passar momentos sem pessoas (desde que devidamente adaptado e com atividades para realizar neste período), pois aprende a lidar com essa “frustração” como algo corriqueiro. E é nas coisas corriqueiras que devemos iniciar a adaptação: como falei anteriormente, existem tutores que levam seus peludos até para o banheiro, para que não fiquem sós durante o banho. Comece usando essas situações para incentivar um comportamento mais independente do cão: deixe um osso bem gostoso, e entre no banheiro. Faça o mesmo quando for preparar um lanche na cozinha, ou ler um email no escritório. O cão passará a se acostumar a não ficar colado no tutor, e com certeza essa independência será muito saudável para ele. Imagine que acontece uma emergência e você precisa ir ao hospital – sem o peludo. O quanto ele sofrerá desnecessariamente com essa separação, se não estiver acostumado a isso? Melhor prevenir do que remediar!
Portanto, as melhores dicas sobre cães e solidão estão aqui resumidas:
– acostume de forma gradual seu pet a ficar sozinho, dando sempre uma atividade legal para ele fazer enquanto estiver só.
– não prenda o cão sozinho como castigo.
– incentive a independência do peludo nas situações cotidianas, como ir ao banheiro e deixá-lo para fora.
– eduque o peludo para que ele saiba se comportar diante de pessoas, e também saiba se comportar nas situações de ausência de pessoas.
*** Por Juliana Nishihashi, Adestradora e Consultora Comportamental da Cão Cidadão
A maioria dos dogs adora dar beijo ou bezucão, como curto dizer. Por essa atitude, leia-se aquelas gostosas lambidas que eles dão na nossa boca e rosto. Claro que a primeira avaliação que fazemos desse comportamento é de que se trata de uma demonstração de carinho. Afinal, vamos confessar, a gente adora dar uma humanizada ao avaliar o comportamento dos nossos peludos, mas, na verdade os deliciosos bezucões têm uma explicação científica interessante, que vai além do amor que eles sentem por nós.
Lendo o ótimo livro “Super Interessante – A Mente do seu Cachorro”, da Luiza Sahd, descobri que esse hábito tem origem na ancestralidade dos cães. Estudando os caninos selvagens, os pesquisadores da Universidade da Califórnia descobriram que os filhotes de lobos, coiotes e raposas lambem o focinho das mães quando elas voltam da caçada. Eles fazem isso para provocar náuseas na mommy deles e comerem o que elas regurgitam. Ecaaaa!
Mas, você deve estar se perguntando, o que isso tem a ver com os beijos dos cachorros nos humanos? Ocorre que as nossas bocas são muitos saborosas para os cachorrinhos, assim como os lobos e os próprios humanos, eles possuem receptores de sabores doces, salgados, amargos, azedos e até terrosos. Aliás, entre os gostos mais atraentes estão os doces, que também pode ser explicado pela evolução. É essa sensibilidade que faz os bichos distinguirem uma fruta madura de uma que ainda não pode ser comida.
Outra comportamento interessante que aliás acontece muito aqui em casa é que os danadinhos preferem as bocas que contêm mais sabor. Explico. Eu e o meu marido fumamos, porém ele fuma muito mais do que eu, então, se eles forem escolher uma boca, vão preferir a minha, já que o cigarro tira boa parte do odor natural dos alimentos.
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Uma explicação adicional é que o bezucão também é uma forma de cumprimento ritualizado. Serve para dizer um “oi” e também para recepcionar um outro cão que volta à casa, e assim descobrir o que o outro andou fazendo na rua. Essa última explicação é muito verdade, o Toddy sempre lambe a boca da DJ quando ela volta dos passeios *rs*. As próprias cadelas também lambem as crias quando ficam longe por algum tempo. Ou seja, em resumo, o peludinho está sim demonstrando que gosta e confia em você quando te beija.
Há algumas semanas, fiquei assustada quando ao voltar de viagem percebi que a DJ estava com hematomas em volta da boca, que haviam provocado a perda de praticamente todos os pelos da região. Inicialmente, pensei que se tratava de efeito colateral da quimioterapia, mas estava errada, na verdade era uma alergia a um novo pote de plástico que havia comprado para ela.
O diagnóstico certeiro foi de uma das veterinárias oncologistas que tratam do câncer que ela enfrenta. Ao examinar as feridas, de cara ela me perguntou: “Você trocou o pote dela há pouco tempo?”.
Sim, havia trocado fazia pouco tempo. A DJ e os irmãos sempre comeram em potes de plástico. E numa dessas idas e vindas da casa do vovô eu perdi todos eles (não me perguntem como). Fato é que resolvi comprar novos comedouros, todos de plástico novamente.
Para sanar o problema da minha peludinha até que foi fácil, pomada à base de desoximetasona por uma semana e a troca do comedouro por um de cerâmica.
Materiais dos comedouros – Fato é que, muitas vezes, somos surpreendidos por elementos que nem sonhamos que possam fazer mal aos cachorros. No caso do plástico, a alergia pode aparecer em qualquer momento da vida do animal, mesmo que ele já tenha tido contato com o material antes. O caso da DJ.
Além de dermatites, acabei descobrindo pelo ótimo blog Cachorro Verde que comedouros de plástico ainda apresentam outros perigos. Por exemplo, se lavado com água fervente, uma forma comum de se matar bactérias, o plástico libera BPA (Bisfenol A), um composto orgânico associado ao diabetes, câncer de mama, baixa contagem espermática e doenças crônicas.
Outros estudos ainda apontam que o plástico, que tende a se dissolver na presença de água e outros líquidos, também resulta na ingestão contínua de petroquímicos.
Estudos mostram que o plástico tende a se dissolver na presença de água e outros líquidos, o que resulta em ingestão contínua de petroquímicos.
Para saber mais sobre materiais de comedouros e bebedouros, leia esse artigo do Cachorro Verde.
Muitas pessoas vêm me perguntando como tem sido o tratamento da DJ contra um câncer no sistema linfático e resolvi dividir com vocês um pouco dessa experiência. Em poucas palavras, posso resumir que não tem sido fácil, mas também não tinha expectativa que fosse. O tratamento é caro, demorado, resulta em alguns efeitos colaterais e tem como objetivo prolongar a vida dela com qualidade. Sim, prolongar. Não há chance de cura, infelizmente.
Alguns podem se perguntar: por que você, então, está gastando tanto tempo e dinheiro nesse tratamento? Simples, porque ela é minha filha e não a deixaria nunca definhar até morrer. Além disso, cada dia a mais com ela é precioso para mim e para o meu marido.
Bem, falando sobre o tratamento. Ao todo, nessa primeira fase do combate ao câncer, o protocolo indicado pela médica veterinária indica 16 sessões de quimioterapia, com aplicações que duram de 20 minutos a uma hora. O tipo de droga injetada é que determina o tempo que o animal tem de ficar conectado ao soro. Antes de todas as sessões, ela também é submetida a exames de sangue para avaliar a eficácia do tratamento. Ou seja, a bichinha ta mais furada que uma peneira. Tadinha 🙁
DJ durante sessão de quimioterapia
Até agora ela já fez nove sessões de quimio, e tivemos uma boa notícia: o câncer não se espalhou para órgãos do sistema digestivo. Com isso, o tratamento será quinzenal. Essa avaliação foi feita após uma série de exames realizados após a 8a. sessão.
Efeitos colaterais – Apesar dos cachorros serem mais resistentes aos medicamentos da quimioterapia, claro que há alguns efeitos colaterais. A DJ até agora já apresentou, ao menos, três deles: diarréia, vômito e uma pequena queda de pelos. Para combatê-los, ela toma pelo menos dois medicamentos após as sessões, Vonau e Omeprazol. Mas lá no começo do tratamento ela chegou a ingerir seis drogas diferentes. Haja estômago!
Temos também de tomar outros cuidados. Ela não pode mais tomar banho em pet shops e os passeios estão restritos por conta da baixa imunidade. Isso quer dizer que a DJ não pode ter contato com cachorros estranhos, pois não sabemos as condições de saúde deles.
Além disso, a alimentação está bastante limitada. Qualquer alimento diferente que ela venha a comer pode causar diarréia, então, precisamos evitar que isso aconteça.
Por enquanto basicamente é isso. Torçam, mandem energias positivas, orem para São Francisco para que a minha bichinha ainda fique um um bom tempo entre nós. #forçaDJ