O desaparecimento de Zôe e a importância da identificação

Um dos panfletos sobre o desaparecimento de Zôe
Um dos panfletos sobre o desaparecimento de Zôe

Pode-se afirmar que Zôe teve sorte na vida ao encontrar alguém que a acolhesse. A legítima vira-lata apareceu no portão da Marcia Cappi, assessora de capacitação em saúde, para brincar com as outras cadelas que ela já havia adotado e acabou também entrando para a família.

Essa bonita história, que começou em janeiro de 2011, transformou-se em pesadelo pouco mais de um ano depois. Em abril de 2012, a mãe de Zôe, então com dois anos, resolveu levar a filha a um veterinário na Zona Leste de São Paulo para um hemograma juntamente com outra cachorra de rua que seria castrada.

Marcia explica que como mora em Guarulhos, cidade da região metropolitana de São Paulo, sempre aproveitava a viagem ao vet para levar, ao menos, duas cachorras. “Era véspera de feriado de Páscoa, eu trabalharia só meio período, então, o combinado era deixar na clínica de manhã e pegá-las à tarde”, conta.

Após um hora, veio a notícia desesperadora, Zôe havia fugido pela janela do banho e tosa e não conseguiram alcançá-la. “Eu nem tinha chegado ao meu trabalho e voltei para a clínica na hora”, diz.

Outro panfleto distribuído
Outro panfleto distribuído

No dia do desaparecimento, a mãe de Zôe andou de carro por toda região do córrego onde disseram que a cachorra havia pulado. Chegou até a entrar e andar por 3 km. O feriado inteiro foi de buscas. Ela também distribuiu cerca de 15 mil panfletos e informou o desaparecimento em vários sites e páginas do Facebook. Após um ano, até conseguiu uma reportagem sobre Zôe na TV Record.

Márcia admite que aprendeu da pior forma possível a importância da plaquinha de identificação. Hoje ela mantém seus seis cachorros com coleira e identificados. “Somos nós que temos que nos antecipar às possibilidades de fuga. Muitos casos são de cães que saem para dar a famosa voltinha e certo dia não voltam”, diz.

Quanto custa – Numa rápida busca no Mercado Livre por “plaquinha de identificação gravada”, dá para encontrar produtos a partir de R$ 9,90. A placa de metal também é facilmente encontrada em pet shops, até nos menores.

Se você não quiser comprar a placa, uma alternativa é usar aqueles chaveiros plásticos que têm etiqueta de identificação. Claro, você também terá de comprar uma coleira de pescoço, mas o investimento vale a pena. Acreditem.

Identificação é fundamental para a segurança
Identificação é fundamental para a segurança

Baseada na terrível experiência, Marcia dá outras dicas para os pais e mães de cachorro como, por exemplo, redobrar a atenção durante eventos com fogos de artifício. “Nas festas de fim de ano, por causa dos rojões, muitos animais acabam escapando de casa, fugindo por desespero. Não adianta, temos que protegê-los”, afirma.

Ela também dá um alerta aos donos de cães das raças yorkshire, lhasa apso, shih tzu e maltês. “Tem aumentado o número de roubos. Se o quintal da casa for de fácil acesso, evitem deixar o peludo sozinho”, ressalta.

E, caso o pior aconteça, a mãe de Zôe aponta alguns mecanismos de buscas que podem funcionar. No Facebook, ela indica as páginas Peludos Desaparecidos, Cães Achados ou Pedidos e Pets Achados & Perdidos. Entre os sites: Procura-se Cachorro, Procure 1 Amigo, Cachorro Perdido e PetPista.

Outras duas recomendações são contratar um carro de som, que, segundo Marcia, dá mais certo logo após a fuga e até um detetive. “Quando eu liguei para um, após três meses do desaparecimento, ele me perguntou a raça e há quanto tempo tinha desaparecido. Ele, então, disse que era muito difícil encontrar. E eu respondi: ‘Para Deus, nada é impossível'”.

Após dois anos, ela ainda não perdeu a esperança. “Em abril de 2014, já são dois anos sem minha Zôe. E eu não desisti de encontrá-la”.

A gente também não, Marcia, e torce muito para que você volte a ter a sua filha.

1 comentário

  1. Angélica, muito obrigada por abrir esse espaço para falar de um assunto de extrema importância: identificação dos nossos amados filhos!

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