O Theo

O Theo amou a edição 2015 do calendário

Já era noite em 6 de abril de 2013 e eu andava pelas ruas de São Paulo. Não sabia se ia para a esquerda, não sabia se ia para a direita. Os carros tiravam “fina” de mim. Quando de repente vi uma família que parecia ser legal, eram pai, mãe, uma cadelinha charmosa e um cachorro. Tentei me aproximar, mas o cachorro não foi muito simpático e desisti.

Para a minha surpresa, logo o pai e a mãe vieram ao meu encontro. Fiquei com medo, né? Sei lá, vai que aquele cachorro aparecesse de novo. Eles tinham comida, estava com fome, mas mesmo assim rejeitei no primeiro momento. Pouco a pouco, a mãe foi chegando perto de mim. Vi que ela era bem confiável e aceitei aquele jantar. Estava muito bom.

Ela me disse que poderia ganhar uma vida nova se fosse com ela, bastava entrar no carro. Ah, o que poderia perder? Aceitei. Logo ela e meu futuro papito chegaram a uma casa. Lá tinha um senhorzinho, uma senhorinha e um outro cachorrinho, já idoso. A senhora de cara gostou de mim, já queria me dar mais comida. O senhor só falava para a minha futura mommy: “Você é louca, pega todos os cachorros que vê na rua”. Daí eu captei, aqueles outros dois cachorrinhos que vi com eles também tiveram a sorte de serem resgatados. Que família legal!

Fui à tia veterinária no dia seguinte. Tudo bem com a minha saúde, só estava um pouco magrinho, coisa que logo foi resolvida com os almoços de “pedreiro” que a vovó fazia para mim e para o Ozzy. Ela sempre insistia para que eu comesse mais um pouquinho *rs*.

Logo de início, achavam que eu nem tinha cordas vocais. Eu não latia. Na verdade, só não tinha forças. Mas logo com aquele regime de engorda, descobriram que eu latia sim e alto. Também ficaram sabendo que eu sou muito medroso. Certo dia, fiz a vovó cair tentando fugir de um pit bull. Foi chato. Decidiram, então, que eu tinha de usar uma coleira chamada gentle leader para não puxar tanto.

Para me mudar para a casa da mommy, tive de fazer uma adaptação com o Toddy. Esse cara é aquele que no dia em que fui resgatado não foi nem um pouco simpático comigo. Tinha medo dele, cara mala, queria ficar me atacando. Mas a mommy e o papito tiveram bastante paciência. E por mais de um mês, levavam a gente para uma pracinha para que chegássemos pouco a pouco perto um do outro.

Hoje já estou muito feliz e contente morando com a mommy e com o papito. Ganho muitos brinquedos e também ossinhos. Adoro brincar.

O único problema é que ainda tenho muito medo dos cachorros estranhos. Estou em tratamento. Mas a mommy disse que eu vou melhorar, se Deus quiser!