Sabe gente, minha vidinha não foi nada fácil até 4 de março de 2.011. Eu morava na rua, estava com a pata e o olho machucados após um atropelamento e ganhava comida só quando algum tio ou tia bonzinhos me davam. Minha sorte mudou quando a vovó resolveu contar para a mommy se ela já tinha visto um cachorrinho (mas eu sou cachorrinha *rs*) que estava abandonado na rua onde moravam. A mommy ainda não tinha me visto, e pediu para a vovó avisá-la se eu aparecesse de novo. Não deu meia hora e reapareci. Quando a mommy me avistou foi paixão à primeira vista e decidiu me resgatar.
Faltava um mês para o casamento dela com o papito. A vovó achava uma loucura pegar um cachorrinho naquele momento com tantas coisas para fazer. Mas a mommy estava decidida, pediu ajuda aos funcionários de um pet shop e me tirou da rua. Logo de cara, fui levada para o pet. Fiquei com muito medo, tremia bastante, afinal, nunca tinha tomado banho e vacinas. Além disso, minha patinha machucada doía muito, mas a mommy ficou lá me acalmando.
Quando cheguei à casa dela, tudo era novo. Só confiava na mommy e na vovó, tinha medo do vovô e do papito. Sei lá, sempre tenho mais receio do que os homens podem aprontar. Porém, logo vi que eles também eram muito bacanas. Dia a dia, fui me soltando. Comecei a roubar os ossinhos do meu irmão Ozzy, também me aconchegava junto com ele no sofá. É tão gostoso, ele é fofinho e quentinho, nunca havia ficado tão confortável. Também roí os pés das mesas da casa da vovó. Ela ficou muito brava comigo, mas, na verdade, só não sabia o que fazer com tanto tempo livre. Na rua, tinha de andar muito para procurar comida e agora estava vivendo num apartamento.
Um mês depois, já estava bem chique, viajando para Ilhabela. Eu e o Ozzy fomos ao casamento da mommy e do papito (o Toddy e o Theo nem foram, bobões *rs*). Foi muito legal. Ficamos numa casa grande, com jardim, e conheci a praia. Durante a cerimônia, eu e o Ozzy ficamos na casa. Caiu uma grande tempestade e eu fiquei com medo. Destruí algumas coisinhas, inclusive maquiagens da tia Beta. Ela ficou muito brava comigo, mas passou rápido, afinal estavam todos felizes após o casamento.
Ah, e já ía esquecendo de contar. Entre o meu resgate e o casamento, a mommy descobriu que eu tinha doença do carrapato. Ela ficou super apreensiva, achando que eu ía morrer. Fez até promessa para São José e ficou um ano sem comer a fruta preferida dela, melancia. Mas passei por um tratamento e fiquei curada.
Bem, após essa parte chata, vamos para a minha mudança com a mommy e o papito. Com medo que eu destruísse os móveis novos, eles decidiram me colocar numa creche para cachorrinhos. Ai gente, não gostava. Vomitava no trajeto de carro, tentava não entrar. A creche é bem bacana, porém, tenho que confessar a vocês, sou meio antissocial. Não gosto muito de interagir com outros cachorrinhos ou com gente. Prefiro ficar no meu sofá gostoso, roendo os meus ossinhos. Quando canso dessa vida puxada, dou uma dormidinha.
Então, mas no fim, nem destruí os móveis da mommy. Junto com a creche, fazia aulas com a tia Juliana Yuri e ela explicou para a mommy como funcionava minha cabecinha, que eu precisava de ossinhos e brinquedinhos para diminuir essa vontade louca que tenho de roer. Ela também me ajudou com o medo dos trovões. Me disse que precisava ser um pouco mais simpática com as pessoas na rua. Eu tento, mas, vamos ser sinceros, como tem gente mala!
Minha vida mudou um pouco mais com a chegada do meu irmão folgado Toddy. Sabe gente, ele até gosta de mim. Está sempre me lambendo e adora um grude. Já falei para ele que não curto, mas o cara é insistente. Depois veio meu irmão branquelo Theo. Ele é menos mala. A gente só tem umas brigas quando ele decide disputar um ossinho comigo rererere.